Neste ano, mais de 5,4 milhões de pessoas irão prestar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de olho nas milhares de vagas em instituições públicas de ensino superior oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) – só nas universidades federais serão pelo menos 74 mil. Quem passou garante que alguns detalhes podem fazer a diferença antes, durante e depois da prova.
Após quatro anos de cursinho, Henrique de Sancti Brandão, de 25 anos, conseguiu ingressar em Medicina na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) com a nota do Enem. Ele conta que seguiu o conselho dos professores e estudou para a Fuvest (vestibular da USP). Consequentemente, estaria se preparando para o Enem. “Além das disciplinas gerais, acompanhei as notícias, porque a prova cobra atualidades e dediquei mais tempo à redação do que dedicaria em outros vestibulares”, diz.
Henrique fez 975 pontos na redação e teve média 805 no Enem. Como estudou em escola pública, optou pela cota social da Ufscar, que dava peso 2 à redação – mais um motivo para priorizar a prova. “A redação foi no mesmo dia da prova de matemática, que eu sabia que era complicada, com muitas conversões, enunciados confusos e problemas nas alternativas. Por isso resolvi investir no texto”, lembra.
Rafael Moura, de 22 anos, ingressou na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) com a nota do Enem. Assim como Henrique, priorizou a redação. “Fiz uma disciplina extra de redação no cursinho e produzia de dois a três textos por semana.” Para o estudante mineiro, o exame nacional significou a possibilidade de estudar em outro Estado sem precisar viajar para fazer o processo seletivo.
Foto: Arquivo pessoal
Letícia Kinappe passou em Medicina Veterinária na Ufpel
Sisu
Letícia Kinappe, de 25 anos, foi aprovada no curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) no começo deste ano. Após quatro anos longe dos estudos, ela decidiu se preparar sozinha para o Enem. Montou uma planilha com base no edital do exame e se comprometeu a estudar todas as noites e finais de semana. “Primeiro foquei nas matérias que eu tinha mais dificuldade: física, matemática e história. Depois passei a estudar as que valiam mais para o meu curso”, conta.
Na hora de escolher a vaga no Sisu, Letícia não teve dúvida quanto ao curso e a instituição e não mudou de opção (durante a rodada de inscrição, o candidato pode mudar de ideia, caso perceba que sua nota no Enem é inferior a nota de corte do curso). “Até o terceiro dia eu tava com a nota para entrar na primeira chamada, mas depois saí da lista de aprovados e fui convocada em segunda chamada”, lembra.
A estudante ficou assustada, mas depois descobriu que muitos aprovados não se matricularam. “Dos 120 aprovados de primeira, 90 não se inscreveram. Isso é comum e não adianta se desesperar nem mudar para um curso mais fácil. Vale a pena insistir”, aconselha.
Situação parecida aconteceu com Ana Claudia Gonçalves, 25 anos, estudante de Direito da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). No primeiro dia de inscrição do Sisu, ela estava bem colocada, mas depois saiu da lista de aprovados e não passou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que era sua primeira opção. “Decidi deixar assim mesmo e passei na FURG na terceira chamada.”
Prova de resistência
Os estudantes aprovados afirmam que a prova do Enem exige resistência e aconselham os vestibulandos a conhecer o exame fazendo simulados (veja as provas aplicadas em 2010). São dois dias de prova, cada um com 90 questões de múltipla escolha, e uma redação. “O Enem não se ganha só sabendo a matéria, mas sabendo fazer ele, sabendo levar a prova, que é muito cansativa”, alerta Henrique.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/
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